A remota atração fica na comunidade de Circamarca, no distrito de Huancaraylla, a 4 horas de Ayachucho e a 11 horas de distância de Lima, a capital do país. Millpu vem de millpuy, da língua Quechua e significa “engolir/deglutir/tragar”. Diz a lenda que o exuberante espaço é, na verdade, a garganta do diabo, o que acabou afastando as pessoas por um bom tempo.
É formada por uma série de 20 pequenos poços arredondados, de cor turquesa, que descem entre os cânions até a cachoeira Pumapaqcha. O cenário lembra um pouco o Parque Nacional Huanglong, na China, e Pamukkale, na Turquia.
Tome nota: Millpu também é o nome de uma montanha Andina de aproximadamente 5.238 metros de altura, mas não é lá que ficam as piscinas.
Faz poucos anos que os moradores das pequenas vilas tradicionais da região decidiram permitir a entrada de pessoas de fora no local, o que justifica o fato dessa joia natural permanecer desconhecida até então. Porém, paga-se uma pequena taxa para acessar suas terras.
A partir da entrada da comunidade são cerca de meia hora de caminhada até as piscinas. O caminho é tranquilo, mas é preciso redobrar a atenção para a altitude, o que torna o passeio mais vagaroso, pois é preciso recuperar o fôlego. Vale a pena aproveitar cada detalhe da jornada, incluindo as cachoeiras no meio da trilha.
Chegando ao topo do morro, a cerca de 3.500 metros de altura, há variados pontos de observação, além de percursos mais seguros para descer até a água e dar um mergulho.
Escondidas, piscinas naturais no Peru surpreendem os turistas – Foto: Heli AristótelesEntrar na piscina é uma tarefa para corajosos, pois as águas cristalinas são de origem glacial, ou seja, bem frias. Assim, muita gente acaba indo lá só para admirar ou no máximo molhar os pés. O melhor período para visita-las é de maio a dezembro, a época da seca, que não prejudica os percursos e também mantêm a cor da água mais azulada.
Depois do banho, alguns viajantes optam por se deliciar com as trutas frescas e fritas, feitas pela população local. É uma especialidade bastante apreciada por quem já a provou.
Foto: Heli Aristóteles
Piscinas naturais no Peru ficaram famosas pela cor e transparência da água – Foto: Heli Aristóteles
O que fazer em Ayacucho
A cidade a 2.700 metros acima do nível do mar tem uma relevância religiosa, especialmente marcada pelos festejos cristãos da Semana Santa e pelas construções históricas. Catedrais, conventos e templos são um de seus principais atrativos turísticos, como o Santuário Pampa de Ayacucho e o Templo de Santo Domingo.
Outra opção imperdível é Huanta, a “Esmeralda dos Andes”, que ganha fama pela vegetação que a rodeia. Um de seus famosos pontos turísticos é Mirante, com vista panorâmica para o vale, semelhante ao Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Mas ainda há muita coisa para ver nos arredores, como o povoado de Quinua, os complexos arqueológicos de Wari, de Pumacocha e de Vilcashuamán.
Adentrando ainda mais na natureza, siga até Lucanas, onde está a Reserva Nacional de Pampa Galeras Bárbara D’Achille, que é o habitat de mais de 6.000 vicunhas, além de viscachas, gatos andinos e muitas aves. A entrada é gratuita e também existe a possibilidade de reservar tours.
O passeio ainda pode incluir a Laguna de Parinacochas, majestosas piscinas de água cristalina ao redor do vulcão Sara Sara, e as Cuevas de Pikimachay, que seguem firmes a cerca de 20 mil anos no distrito de Pacaycasa. Os antigos habitantes foram os primeiros horticultores de milho.
Foto: divulgação/Peru.com
Quanto custa ir para Millpu?
Bom, já deu perceber que a jornada até as piscinas naturais no Peru é um tanto longa, né? Os custos da viagem variam, é claro, mas os passeios oferecidos por agências a partir de Ayacucho têm um valor aproximado entre 90 soles e 120 soles – a moeda local. Muitos deles já incluem no preço uma visita à catarata de Pumapaqcha.
Foto: Heli Aristóteles
Como chegar às piscinas naturais no peru
Existem formas variadas de chegar até as piscinas naturais no Peru. O primeiro passo é descer em Lima e depois é possível fazer uma conexão para o Aeroporto Coronel FAP Alfredo Mendívil Duarte, em Ayacucho. Somente a LC Perú e a Latam fazem este percurso, com duração de 45 minutos, e as passagens custam cerca de US$ 64.
Outra opção é via terrestre, com as viações Movil Tours, a Excluciva e a Tepsa, a partir de Lima. O percurso dura, em média, 11 horas e custa em torno de 50 soles. De Ayacucho se pega outro transporte coletivo, por 15 soles, rumo a Huancapi. Depois que chegar ao povoado, é necessário pegar outro coletivo, ou táxi por cerca de 70 soles para chegar até Circamarca, onde ficam as piscinas naturais.
Isso tudo caso não haja reserva de passeios particulares, que geralmente já partem de Ayacucho em van privativa. Também é possível alugar um carro e seguir pela estrada, que é sinalizada e tem boa parte asfaltada.
Foto: Heli Aristóteles
Foto: Heli Aristóteles
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