Se você tiver dinheiro suficiente, experimentar a culinária de um
país em um restaurante sofisticado pode ser um excelente experiência. O
problema é que esse privilégio, principalmente com nossa moeda hoje
desvalorizada, é reservada a poucos.
É certo que boa comida e bebida podem ter sua importância como um dos
prazeres de viajar. Porém, não achamos que se deve deixar de viajar por
falta de condições de frequentar restaurantes caros.
Quanto custa a alimentação durante uma viagem ao exterior?
Muita gente se pergunta: “
Quanto eu gastaria por dia para comer na Tailândia?” ou “
Sai caro passar quinze dias no leste da Europa?”. Sempre procuramos dar uma ideia do custo. Muitas vezes ouvimos coisas do tipo: “
Puxa, que caro! Um amigo meu gastou muito menos…” (ele se hospedou em hostel dos Albergues da Juventude e só comia sanduíches…). Outros franzem a testa: “
Mas só isso? Eu vou passar fome!”.
O fato é que cada um tem seu nível de exigência – e sua
disponinibilidade financeira! Certas pessoas fazem questão de almoçar e
jantar “bem”. Outras almoçam e à noite tomam um lanche. Há ainda aquelas
que não dão bola nenhuma para isso e comem qualquer coisa na rua na
hora que lhes dá vontade. Isso acaba fazendo uma diferença enorme no
total das despesas.
Por isso mesmo, dependendo mais de suas escolhas do que do lugar onde
está, você poderá gastar quase nada – ou centenas de dólares.
Uma coisa é certa: a preocupação com o preço da alimentação não deve
ser um impedimento para você viajar para nenhum lugar do mundo!
As opções quebra-galho: práticas e econômicas
Muitos países, principalmente na Europa, têm restaurantes simples com
menus fixos a preços módicos (entrada, prato principal, sobremesa, às
vezes vinho). Outra opção que pode quebrar um galho, embora não seja
indicada para substituir todas as suas refeições, é a
comida de rua:
lanches vendidos em quiosques, refeições ligeiras podem ser encontradas
em qualquer lugar. Aliás, você vê em muitos países pessoas comendo na
rua. Não tem nada demais. É só uma questão de costume.
Uma boa ideia é
fazer compras e comer no hotel. E
não apenas para economizar. É a oportunidade que temos de experimentar
certas especialidades incomuns nos menus de restaurantes, como
terrines,
frios diferentes, queijos saborosos, pães deliciosos, saborear vinhos e
boas frutas. O mesmo vale para o café da manhã, que é
proporcionalmente muito caro na Europa. Às vezes é melhor comprar pão,
manteiga, queijo, suco, nescafé e leite em pó no mercado vizinho. A
água, na Europa em particular, além de potável, sai da torneira tão
quente que queima a mão. É o suficiente para você preparar um bom café
com leite. Além disso, tomar o café da manhã no quarto permite que você
acorde a hora que quiser. Faça sua primeira refeição de pijama, e sem
perigo de perder o horário do café da manhã.
As precauções
Sobretudo em países “exóticos” da Ásia ou África, a mudança de seus
costumes alimentares, de clima e principalmente a água, podem causar
problemas para o aparelho digestivo. Portanto, mesmo que você aprecie
temperos diferentes e seja um apreciador da culinária exótica, vá com
calma. Não dê uma de valente. Comidas muito gordurosas, temperadas ou
apimentadas devem ser evitadas.
Sua preocupação com alimentação e bebidas têm igualmente a ver com o
lugar onde você está hospedado. Em qualquer país, em um hotel de 5
estrelas, dificilmente você terá problemas gastrointestinais por causa
da água ou dos pratos servidos no restaurante do hotel. Em
estabelecimentos baratos, isso pode não ser verdade.
Até mesmo quanto à comida de rua é bom ficar esperto. Comer uma
crepe na rua em Paris não é a mesma coisa que um churrasquinho num
mercado de Ahamedagbad.
Em lugares “duvidosos”
não coma frutas e verduras cruas. Se comprar frutas no mercado, descasque-as e lave tudo muito bem.
Só coma peixes e mariscos se tiver confiança de que são frescos. E é melhor só fazê-lo em cidades litorâneas.
Cuidados com a água
Vale sempre lembrar: na maioria dos países,
beber água da torneira pode lhe causar graves problemas.
Essa é a maior ameaça para sua saúde nos países mais pobres.
Beba apenas água mineral, sobretudo na América Latina, na Ásia e na
África, tendo sempre a certeza de que a garrafa foi aberta na sua
frente. Se não conseguir água mineral, dissolva uma pastilha de cloro
num cantil metálico e só beba essa água depois.
A água servida à mesa em pequenos hotéis e restaurantes nos países menos
desenvolvidos pode não fazer mal para a população local, que está
habituada e tem todos os anticorpos contra os microorganismos nela
contidos; mas, para você, o resultado pode ser uma memorável diarréia ou
algo muito mais grave.
Não tendo opção de água “confiável”, tome refrigerante. O chá, costume
no Oriente Médio e na Ásia, não oferece perigo, desde que seja feito com
água
realmente fervida. Idem para o café.
Não tome sucos, que geralmente levam água, nem aceite bebidas com cubinhos de gelo aparentemente inofensivos, também feitos com água da torneira. São um enorme perigo.
Alimentação e diversidade cultural
Certos povos têm restrições religiosas no que se refere à
alimentação. Por exemplo, você muçulmanos não consomem carne suína;
judeus ortodoxos, além de não comerem carne de porco, não misturam carne
com leite ou derivados; hindus não consomem carne bovina etc. (A título
de curiosidade: a Índia tem Mc Donalds e outras cadeias de fast-food
que servem hambúrgueres – mas são de carne de carneiro.)
Restrições religiosas à parte, cada povo tem seus costumes
alimentares, que integram sua cultura. Antes de criticar os costumes
alheios, lembre que, para a maior parte dos estrangeiros, a aparência e
descrição de uma feijoada, um vatapá ou um sarapatel brasileiros devem
parecer um filme de terror!
Para não fazer papel feio, evite preconceitos. Observe e
informe-se sobre a cultura e os costumes alimentares do lugar que está
visitando.